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Lista 1 de Exercícios sobre a Pessoa Como Sujeito Moral

Temos aqui a Lista 1 de Exercícios sobre a Pessoa Como Sujeito Moral – Lista esta que vai testar os seus conhecimentos de filosofia na base de exercícios resolvidos

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Resolução da Lista 1 de Exercícios sobre a Pessoa Como Sujeito Moral

Temos aqui a Lista 1 de Exercícios sobre a Pessoa Como Sujeito Moral – Lista esta que vai testar os seus conhecimentos de filosofia na base de exercícios resolvidos

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Identifica a opção que permite completar corretamente cada afirmação.

1.1 A definição de Pessoa (como sujeito de direitos e deveres) pertence a…

a) Cícero.
b) Kant.
c) Locke.
d) Montesquieu.

1.2 A Ética e a Moral não se confundem porque…

a) a Ética é prescrita por Deus, e a Moral é definida pelos humanos.
b) a Ética visa melhorar a conduta do Homem, e a Moral a conduta dos animais.
c) a Ética é a reflexão sobre o ser moral, e a Moral é a Perspectiva do Bem e Mal.
d) a Ética tem uma dimensão universalista de reflexão sobre o agir humano e a Moral tem uma vocação prática de regular os Princípios da ação concreta.

1.3 Valores são…

a) títulos da Bolsa de Valores de Moçambique.
b) tudo aquilo a que atribuímos importância.
c) ideias que construímos no dia-a-dia.
d) critérios segundo os quais o Homem classifica o que o cerca e as razões que motivam as suas ações, tornando-as preferíveis a outras.

1.4 Na Ética, Kant é mais conhecido pelo seu imperativo categórico, que se enuncia da seguinte maneira: Age como se a máxima…

a) da tua ação se devesse tornar, pela tua vontade, em lei universal.
b) da tua ação se devesse tornar, pela tua vontade, em lei para si próprio.
c) da tua vontade se devesse tornar em vontade geral e lei universal da Natureza.
d) das nossas ações se devesse tornar, pelas nossas vontades, em leis divinas.

1.5 No quadro da Bioética (a Ética da vida), a doação dos órgãos humanos pode ser considerada um

a) pecaminoso.

b) solidário.
c) criminoso.
d) irresponsável.

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1.6 O valor ético da pessoa está relacionado com:

a) a concepção científica do mundo de cada um.
b) a diversidade de problemas entre os homens.
c) a relação com o outro como um Tu-como-Eu.
d) o bem-estar, no consumo e na luta pela sobrevivência.

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2. (Eu encontro precisamente as mesmas coisas na máquina humana, com a diferença de que a Natureza sozinha faz tudo nas operações do animal, enquanto o Homem realiza as suas ações na qualidade de agente livre. Um escolhe ou rejeita por instinto, e o outro, por ato de liberdade.) (Rousseau)

2.1 No texto de Rousseau compara-se o comportamento animal e o agir humano. O que os distingue?
2.2 O Homem realiza movimentos e gestos e tem comportamentos que não podem ser considerados ações próprias e especificamente humanas. Justifica.
2.2.1 Quais são as exigências e os requisitos da ação humana?

RESPOSTA:

No texto de Rousseau, a comparação entre o comportamento animal e o agir humano destaca algumas distinções fundamentais:

2.1. O que os distingue:

  • Rousseau destaca que a Natureza sozinha é responsável por todas as operações dos animais, que agem por instinto, sem a capacidade de escolha consciente. Por outro lado, o Homem age como um agente livre, capaz de realizar suas ações por atos de liberdade, escolhendo e rejeitando com base em sua vontade e razão. Portanto, a capacidade de escolha consciente e livre arbítrio é o principal elemento que distingue o agir humano do comportamento animal.

2.2. O Homem realiza movimentos e gestos que não podem ser considerados ações próprias e especificamente humanas devido a:

  • Ações puramente reflexas ou automáticas, como piscar os olhos, respirar, entre outros, que são realizadas sem a intervenção da vontade consciente, não sendo consideradas ações humanas no sentido moral ou ético.
  • Comportamentos condicionados pelo ambiente, hábitos ou instintos, que podem ser realizados de forma mecânica, sem reflexão ou escolha consciente, não refletindo a plena capacidade de agir como seres morais e racionais.

2.2.1. As exigências e requisitos da ação humana incluem:

  • Consciência e intencionalidade: A ação humana requer consciência do ato a ser realizado e uma intenção por trás dessa ação, envolvendo a capacidade de refletir sobre as consequências e motivações da ação.
  • Liberdade e autonomia: A ação humana pressupõe a liberdade de escolha e a capacidade de agir de acordo com a própria vontade, sem ser coagido por forças externas.
  • Responsabilidade moral: As ações humanas estão sujeitas a avaliações morais, implicando a responsabilidade pelos resultados e impactos éticos das escolhas feitas.
  • Racionalidade e reflexão: A ação humana envolve a capacidade de raciocinar, refletir sobre valores e princípios, e tomar decisões fundamentadas em critérios éticos e morais.

Portanto, a ação humana é caracterizada pela consciência, liberdade, responsabilidade e racionalidade, distinguindo-se dos comportamentos puramente instintivos ou automáticos observados no reino animal.

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3. São apresentados enunciados, embora fictícios, de (ações). Indica qual deles traduz atos do Homem e qual deles traduz atos humanos.

a) (Um jipe transportando soldados da “coligação” acionou uma mina oculta numa das estradas do Iraque. Morreram três soldados e cinco ficaram gravemente feridos. Só o condutor escapou ileso.)
b) (Navegando num pequeno barco a vela no lago Niassa, uma brisa arrastou para longe da praia por uma súbita e tremenda ventania.)
c) (Durante a realização de um teste de Filosofia, Matata foi apanhado em flagrante a copiar. Como consequência, o professor atribuiu-lhe nota zero.)

Para distinguir entre atos do Homem e atos humanos nos enunciados apresentados:

O enunciado (a) descreve um evento trágico causado por um acidente ou incidente involuntário, onde um jipe transportando soldados acionou uma mina oculta, resultando em mortes e ferimentos. Este enunciado traduz um ato do Homem, pois se refere a uma ação mecânica ou acidental que não envolve necessariamente a escolha consciente ou moral do condutor do jipe.

O enunciado (b) descreve uma situação em que uma brisa súbita e forte arrasta um barco a vela para longe da praia no lago Niassa. Neste caso, o evento é resultado de forças naturais e não de uma ação deliberada ou intencional de um agente humano. Portanto, este enunciado também traduz um ato do Homem, pois não envolve uma ação consciente ou moral por parte de um indivíduo.

O enunciado (c) descreve uma situação em que Matata foi apanhado a copiar durante um teste de Filosofia, resultando na atribuição de nota zero pelo professor. Neste caso, a ação de copiar durante um teste é uma escolha consciente e deliberada de Matata, que resulta em consequências diretas e previsíveis. Portanto, este enunciado traduz um ato humano, pois envolve uma ação voluntária e moralmente significativa realizada por um indivíduo.

Assim, nos enunciados apresentados, o ato do Homem está relacionado a eventos ou situações não intencionais ou não moralmente significativos, enquanto os atos humanos envolvem escolhas conscientes e moralmente relevantes feitas por indivíduos.

4. (A nossa existência está condicionada e determinada de múltiplas formas. Foram-nos dadas possibilidades ao mesmo tempo que ficamos sujeitos a limitações.) (E. Coreth)

4.1 Esclarece o sentido da afirmação de Coreth analisando, por um lado, as limitações e as condicionantes da ação humana e, por outro, as possibilidades que foram dadas ao Homem como ser criador, livre e responsável.

RESPOSTA:

E. Coreth, ao afirmar que “A nossa existência está condicionada e determinada de múltiplas formas. Foram-nos dadas possibilidades ao mesmo tempo que ficamos sujeitos a limitações,” está abordando a complexidade da existência humana e a interação entre as limitações e as possibilidades que influenciam a ação humana.

Por um lado, as limitações e condicionantes da ação humana referem-se às restrições e circunstâncias que podem restringir a liberdade e a capacidade de escolha do ser humano. Estas limitações podem incluir fatores como restrições sociais, culturais, econômicas, ambientais e até mesmo biológicas que moldam e influenciam as decisões e ações das pessoas. As limitações podem criar obstáculos e desafios que afetam a liberdade de ação e a capacidade de realizar escolhas plenamente autônomas.

Por outro lado, as possibilidades dadas ao Homem como ser criador, livre e responsável destacam a capacidade humana de agir de forma consciente, criativa e responsável no mundo. Apesar das limitações, o ser humano possui a capacidade de tomar decisões, exercer sua liberdade de escolha e agir de acordo com seus valores, princípios e objetivos. Essas possibilidades incluem a capacidade de criar, inovar, colaborar, aprender e crescer, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e social.

Assim, a afirmação de Coreth ressalta a dualidade da condição humana, na qual as limitações e as possibilidades coexistem e interagem, moldando a experiência e a ação humanas. Reconhecer e compreender essa interação entre limitações e possibilidades é essencial para uma reflexão ética e existencial sobre a natureza da ação humana e a responsabilidade inerente à liberdade de escolha.

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5. (Uma pessoa com tendências exibicionistas oferece-se espontaneamente para guiar um grupo de turistas até ao cume de uma montanha íngreme e acidentada. Não tendo experiência como alpinista nem conhecendo suficientemente o terreno, essa pessoa provoca um acidente grave.)

5.1 Podemos atribuir-lhe a responsabilidade por esse acidente? Justifica a tua resposta.
5.2 Compara este caso com o de um indivíduo que, num acesso de loucura, comete um homicídio.

Resposta:

5.1 Podemos atribuir responsabilidade à pessoa com tendências exibicionistas que provocou o acidente grave ao guiar o grupo de turistas até ao cume da montanha íngreme e acidentada, mesmo sem experiência como alpinista e sem conhecimento suficiente do terreno. A responsabilidade pode ser atribuída com base nos princípios de negligência e imprudência. Ao oferecer-se para guiar o grupo sem ter as habilidades necessárias e conhecimento do terreno, a pessoa agiu de forma irresponsável, colocando em risco a segurança dos turistas. Portanto, é possível responsabilizá-la pelo acidente devido à sua conduta negligente.

5.2 Comparando este caso com o de um indivíduo que, num acesso de loucura, comete um homicídio, podemos observar uma diferença fundamental na capacidade de discernimento e controle das ações. No caso do indivíduo com tendências exibicionistas, a ação foi tomada conscientemente, apesar da falta de habilidades e conhecimento adequados. Por outro lado, no caso do indivíduo em acesso de loucura, a ação de cometer um homicídio pode ser considerada como resultado de uma condição mental que afeta sua capacidade de discernimento e controle sobre suas ações. Nesse sentido, a responsabilidade atribuída ao indivíduo com tendências exibicionistas pode ser maior, uma vez que suas ações foram tomadas de forma consciente e voluntária, enquanto no caso do indivíduo em acesso de loucura, a responsabilidade pode ser atenuada devido à sua condição mental.

LEITURA: A Pessoa como Sujeito Moral

ARTIGO: Pessoa e as suas características

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